Sou um felino doméstico. Vagabundo ou não, ando por aí.
Adoro muros e telhados alheios.
Namoro de madrugada – a lua e a gata.
Faço poesia e muita prosa.
Sou cinzento na cor e colorido na alma.

21/02/2016

Selvagens




Depois da euforia, um banho de cinzas. O gato branco, quase albino, observava à distância a alegria humana. Sentado elegantemente no beiral do muro da casa da vizinha, estudava silenciosamente os movimentos alegres dos bípedes invasores.

A noite foi longa para o gato e os seus vizinhos.

Quando a calma voltou ao seu espaço e o temor vestiu-se de curiosidade, ele chegou manso ao local que outrora os bípedes dançavam a beira do fogo.  E sem o menor pudor, o curioso mergulhou no monte ainda morno, pulando de um lado para o outro, tingindo seu pelo e imitando os enlouquecidos humanos da noite anterior.

6 comentários:

chica disse...

Puxa, forte observação essa do gato! Faz pensar! abraços,chica

CÉU disse...

Julgo já ter comentado este interessantíssimo post.
Boa semana!

CÉU disse...

Afinal, ainda, não tinha comentado. As minhas desculpas!

Gato é extremamente inteligente e você, também. Seu escrito nos revela uma moralidade.

Tudo de bom!

MARILENE disse...

Um texto bem interessante. Olhos de quem não participou da dança, mas observou a fogueira e nadou em suas cinzas. Abraço.

Cristina Sousa disse...

Muito bem observado...O olhar felino!!! Gostei

Um beijo

lis disse...

Amo os felinos, silenciosos e observadores.
Gostei do texto.Obrigada da visita
abraço